18 de maio de 2011

A história e a mentira

Oi, pessoal!

Dia desses me pediram que mentisse para meus colegas de trabalho. Era uma mentirinha à toa, que não ia prejudicar ninguém (e a pessoa que me pediu isso certamente iria "entregar o jogo" cedo ou tarde). Mesmo assim, fiquei pensando como poderia falar a informação falsa da maneira mais convincente possível. Lembrei-me da técnica que uso na contação de histórias: ocultar, talvez, mentir, jamais!
Como não sou atriz, é difícil, para mim, dissimular uma situação ou informação, mas no momento de contar a história, tenho de levar o sentimento mais real possível aos meus ouvintes. Por isso, geralmente, começo a história contando uma verdade. Depois apenas omito que aquilo não aconteceu comigo. Assim falo uma mentira sem falar e consigo convencer a todos.
Certa vez fui convidada a contar contos natalinos em uma biblioteca. Pesquisei muitas histórias e havia um conto de que gostei muito. Mas para que ele ficasse verossímel, precisaria contar como se aquilo tivesse acontecido comigo. Então comecei assim:
"Quando eu tinha seis anos, morei numa casa de fundos no Jabaquara com várias outras casas no quintal. Todas as festas os vizinhos se reuniam, pois, afinal, morávamos praticamente encostados uns nos outros.
E ao lado da nossa casa morava um senhor que, para mim, era rico! Ele tinha carro e no início dos anos 1980 ter carro significava muito... Acho que ele era médico ou advogado. Ele tinha um filho muito peralta que vivia azucrinando a mim e a meus irmãos, mas por conta desse contato, fiquei sabendo que ele também viria à nossa casa..."
E por aí emendei no conto. Ficou bem interessante e consegui convencer a minha plateia para poder causar neles as reações que queria. Mas poderia ter acontecido tudo isso, não poderia? Claro que sim! Só não aconteceu comigo...
Como disse uma professora, que, infelizmente, não me recordo o nome, durante uma palestra sobre imaginação quando perguntada por uma mãe:
— Se não podemos mentir para nossos filhos, como vamos responder a eles quando nos perguntarem se as fadas existem?
— Ué... E não existem?
É por aí... ;-)

Beijinhos!

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